Desde junho de 2019, o estado vem passando por períodos de estiagem, que afetam principalmente a produção de milho, feijão e leite.
Nesta terça-feira, a Secretaria de Agricultura e a Epagri se reuniram, via videoconferência, com lideranças do setor produtivo e técnico para apresentar a situação atual do agronegócio catarinense e a previsão meteorológica para os próximos dias.
"Vivemos um momento delicado para a agropecuária de Santa Catarina. Nossos técnicos estão constantemente monitorando os efeitos da estiagem no estado e os impactos nas safras", ressalta o secretário da Agricultura RICARDO DE GOUVÊA.
Segundo informações do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina, em algumas regiões a média de chuvas está 550 milímetros abaixo da média histórica para o período, principalmente no Meio Oeste, Extremo Oeste, Planalto Sul e Planalto Norte.
Durante o mês de março, os volumes de chuva acumulada também foram menores do que a média mensal para todas as regiões do estado.
Mais de 80% das regiões tiveram chuvas menores do que o esperado, explica o meteorologista CLÓVIS CORREA.
Iniciada em 2019, a estiagem vem castigando as lavouras de Santa Catarina. Em junho, julho, agosto e setembro de 2019, choveu a quantidade o equivalente a um mês normal.
A partir de 20 de dezembro, a seca se intensificou no estado. Após dois meses (janeiro e fevereiro) de chuvas isoladas, com locais até acima da média, em março o volume de chuva voltou a cair.
Com boa parte das safras de inverno já colhidas ou em fase final de colheita, a maior preocupação do setor produtivo catarinense é com a safra de verão.
O levantamento feito pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) aponta para redução de produtividade nas lavouras de batata, feijão, fumo e milho grão.
O Extremo Oeste sofreu bastante, com alguns municípios registrando perdas a cima de 60% de produtividade em comparação com o ano passado.
O milho 2ª safra, que é plantado na região Oeste, Extremo Oeste e Sul do estado, também foi bastante afetado pela estiagem, isso tem resultado em perdas de produtividade significativas.
O maior impacto é sentido nas plantações de batata, onde a produção deve diminuir 34% em relação ao ano anterior, chegando a 72 mil toneladas.
Para o milho silagem é esperada uma redução de 0,6% na produção, fechando em 9 milhões de toneladas. A maior região produtora é o Extremo Oeste e a preocupação é com as lavouras que foram plantadas em janeiro, que devem ter sua produtividade reduzida.
Segundo informações da Epagri/Cepa, até o momento, não há relatos de perdas diretas na produção de suínos e aves decorrentes da estiagem.
Em alguns municípios, os produtores estão sendo atendidos com caminhões pipa, porém a grande maioria dos suinocultores e avicultores possuem estruturas de armazenagem de água, o que dá maior segurança para o sistema de produção e reduz a necessidade de abastecimento complementar.
Existe uma preocupação também com o setor leiteiro. Os meses de abril e maio são, historicamente, os períodos de menor oferta e este ano foi acentuada pela estiagem.
A Secretaria da Agricultura e suas empresas vinculadas - Epagri, Cidasc e Ceasa - mantém o atendimento aos agricultores catarinenses nesse período de quarentena, sendo grande parte dos serviços realizado de forma remota.
Com relação a previsão do tempo para a primeira quinzena de abril, a expectativa é que o mês inicia com pancadas de chuva bem isolada no Oeste e Meio-Oeste.
Na quinta-feira, a passagem de uma frente fria deverá trazer pancadas de chuva e risco de temporais isolados a partir da manhã, no Oeste e Sul. Nas demais regiões, essa chuva acontece a partir da tarde e noite.
As massas e ar frio começam a chegar na segunda quinzena de abril, trazendo temperaturas mais amenas.
Mas a tendência é de períodos mais secos e temperaturas mais elevadas de um modo geral. O frio fica mais concentrado no período da noite e início da manhã.
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