Essas informações resumem as declarações feitas pelo delegado responsável pela investigação da chacina ocorrida na creche dia 4 de maio.
JERÔNIMO MARÇAL FERREIRA participou de uma coletiva de imprensa nesta manhã, presidida pelo delegado geral de Polícia Civil em Santa Catarina, PAULO KOERICH.
Eles informaram que a investigação chegou a profundidade máxima possível, contando com o apoio de outras forças de segurança do estado e do país, inclusive da embaixada americana no Brasil.
O inquérito sobre o assassinato de três crianças, uma professora e uma agente educacional, bem como, sobre a tentativa de homicídio de outra criança, será remetido agora ao Ministério Público.
JERÔNIMO MARÇAL FERREIRA afirmou FABIANO KIPPER MAI, de 18 anos, confessou o crime e disse ter consciência do que havia feito. Ele está preso preventivamente no presídio de Chapecó, onde aguardará o julgamento.
Em resumo, durante a coletiva, o delegado contou que naquela manhã o rapaz foi trabalhar normalmente, saiu durante o intervalo do expediente, foi até sua casa, pegou a arma utilizada no ataque e foi até a creche.
"Ele queria matar o máximo possível de pessoas e estava com pressa em atingir esse objetivo, tanto que tentava entrar em uma sala e percebendo algum obstáculo seguia para a próxima", contou a autoridade policial.
Em depoimento à polícia, que foi acompanhado por uma psicóloga, o assassino relatou que inicialmente queria comprar uma arma de fogo e atacar uma escola.
Como não conseguiu e imaginou que não atingiria seu objetivo com uma faca em virtude da maior possibilidade de defesa das prováveis vítimas, então, o autor escolheu atacar a creche, justamente pela fragilidade das vítimas.
"Ele agiu consciente do que fez o tempo todo.
Planejou a ação desde o ano passado, o que mostra que o crime foi premeditado. Ele não tinha ódio de um grupo específico, ele queria descarregar essa raiva na sociedade. Agiu com crueldade, frieza e covardia", falou o JERÔNIMO MARÇAL FERREIRA.
Ele indiciou o rapaz por cinco homicídios triplamente qualificados e por uma tentativa de homicídio triplamente qualificada.
Sem dar muitos detalhes sobre a ação para não expor testemunhas, nem dados sensíveis da investigação, e também para não dar ainda mais ‘mídia' ao autor do ataque, o delegado confirmou que as investigações indicam que ele agiu sozinho.
Descobertas feitas nos equipamentos eletrônicos do assassino geraram ainda ramificações e novas investigações da Polícia Civil de Santa Catarina, não relacionadas diretamente ao ataque.
O que a Polícia Civil divulgou é que o rapaz tinha uma dificuldade de relacionamento num nível muito acima do normal. Por exemplo, quando a família ia jantar, ele pegava o prato e ia para o quarto, quando precisava comprar uma roupa era a mãe quem ia para as lojas.
Somado a isso, o delegado contou que, no mundo virtual, ele passou a ter contato com ideias e pessoas que compartilhavam dessas linhas de pensamento, um conteúdo inapropriado que alimentou ainda mais o ódio dentro dele.
Preso, ele disse que já vinha planejando uma ação assim desde o ano passado, mas que a partir da compra da arma, entregue cinco dias antes do ataque em sua casa, é que definiu o alvo.
"Ele disse estar arrependido, mas não conseguimos perceber com firmeza até que ponto esse arrependimento é real. O que entendemos é que ele é uma pessoa ‘normal', tinha consciência, sabia exatamente o que iria fazer desde o início", ressaltou o delegado, que acrescentou "ele tem sim que ser responsabilizado pelos crimes graves, cruéis que cometeu".
Já em Saudades, a prefeitura está transformando em área de lazer a sala de aula onde as vítimas foram atacadas. O local está fechado desde o dia do crime e poderá reabrir na próxima semana.
Qual estilo musical você gostaria de ouvir na Integração?